16 de Maio a 30 de Agosto 2009.
As peças parecem resgatadas do fundo do mar ou de uma escavação arqueológica. O efeito das obras fragmentadas, metamorfoseadas, produz um efeito de surpresa e maravilhamento.
Há uma procura intencional de deturpação das formas dos objectos de porcelana, juntando exemplares do mundo aquático e terreno. O universo fantástico das suas obras corresponde à expectativa de um coleccionador de curiosidades dos séculos XVI ou XVII, ávido de um misto de extravagância e de raridade.
As obras agora expostas no percurso da colecção permanente, são peças que fazem o prenuncio do mundo fantástico de Ricardo Leal Gomes, diluído no ambiente faustoso e “pesado” do museu,repleto de uma colecção única de porcelanas da China, com destaque para o período Azul e Branco dos séculos XVI e XVII.
O potencial decorativo das obras é assumido na totalidade e o excesso decorativo das mesmas ganha particular relevo num cenário com um décor historicista, fazendo mais sentido num espaço museológico sobrecarregado do que numa galeria de arte.
As porcelanas são fragmentos de arte que se perdem no mundo de conchas, cascas e madrepérolas que as envolvem, como que recuperadas de um tesouro perdido do fundo do mar.
O que podemos observar no espaço do museu é, de certo modo, uma abordagem diferente que cria expectativas novas aos caminhos da arte contemporânea.
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